segunda-feira, 26 de agosto de 2013

E O MAIS ELE FARÁ

DINÂMICA

Pergunte a cada um dos presentes quais são os três verbos de que mais gostam e peça-lhes para contar uma história pessoal engraçada com um desses verbos. A partir disso, introduza a lição de hoje.

INTRODUÇÃO

As gramáticas e os dicionários em geral definem verbo como uma palavra que expressa ação. Falar, comer, andar, dormir, trabalhar são exemplos de algumas ações que o ser humano pode realizar.  Esses e um conjunto de outros verbos, os quais variam de pessoa para pessoa, informam como alguém usufrui da vida que recebeu do Criador. Uns enfatizam o falar enquanto outros o ouvir. Alguns gostam muito do trabalhar enquanto outros do dormir. Enfim, os verbos nos mostram quais são as ações que fazem parte do dia-a-dia das pessoas.
Na lição de hoje, seremos ministrados sobre três verbos. Dois desses dizem respeito a nós e um deles se refere a Deus. Que o Senhor fale ao seu coração e transforme as suas ações!

DESENVOLVIMENTO DO ENSINO

Texto-base: Salmo 37.5

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará”.

Esse pequeno versículo, que pode ser caracterizado como um conselho, tem três verbos: entregar, confiar e fazer. Nele, estão envolvidos, no mínimo, três sujeitos: o que dá o conselho, o que recebe o conselho e o Senhor. Fazer é um verbo que tem uma característica interessante. Expressa a ação de realizar uma ação, englobando, assim, outros verbos. Por exemplo: “– O que você vai fazer hoje? – Bem, hoje eu vou trabalhar, estudar e ensaiar”.

O ser humano gosta muito de fazer. Gosta de “fazer as coisas acontecerem”. A sociedade de hoje incentiva muito isso através de palavras como iniciativa e pró-atividade. Fazer, a princípio, não é uma ação que mereça repreensão. Entretanto, há um limite para ela. Muitas vezes, no desejo de “fazer as coisas acontecerem” por si mesmo, as pessoas caem em um buraco de erros sucessivos, frustrações, ansiedade, angústia e depressão.

O presente texto bíblico não recomenda ao homem o fazer. Ele nos sugere sermos sujeitos do entregar e do confiar. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele”. O conselho não é sermos passivos, mas agirmos no sentido de entregar a Deus nossas vidas (ou seja, as ações a serem realizadas) e confiarmos nele. Essas são ações que vão na direção oposta do coração humano. Como é difícil confiar em Deus e delegar para ele o “fazer as coisas acontecerem” em nossas vidas! Mas é ao Senhor que o versículo liga o verbo fazer: “... e o mais ele fará”. Se nós entregarmos e confiarmos, ele fará com que as coisas aconteçam. Se nós insistirmos em fazer, ele esperará por nós. Poderá até dar certo a princípio, mas terminaremos cansados e exaustos. O profeta Isaías diz o seguinte em 40.30,31: “Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam”. O conselho do salmista para nós pode ser parafraseado da seguinte maneira: Tome para si as ações de entregar e confiar. As demais, o Senhor empreenderá. Deixe com ele o fazer.

REFLEXÕE E DESAFIOS

1. Como você tem vivido: exausto por tentar “fazer as coisas acontecerem” ou confiante em Deus e descansado?

2. O que você tem tentado “fazer acontecer”?

3. Desde o Jardim do Éden o homem tem desconfiado de Deus e tentado viver por si mesmo. Por que você não tem confiado em Deus e entregado sua vida a ele? Por que é tão difícil confiar em Deus?
4. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará”.

 
Fonte: Lições avulsas // Igreja Batista Central de Belo Horizonte

domingo, 18 de agosto de 2013

Clamando por santificação

Introdução
Dinâmica
Desenvolvimento do ensino
A filosofia do “politicamente correto” tem protegido as pessoas de serem confrontadas. Todas as atitudes são
consideradas válidas, afinal, o que é certo e errado varia de indivíduo para indivíduo. Ninguém tem o direito,
então, de apontar algo como pecado na vida de alguém. Isso, entretanto, não é o que a Bíblia recomenda
aos discípulos de Jesus. Davi, aceitando o fato de que havia erros em sua vida e consciente de que não os
conhecia todos, clama ao Deus onisciente e poderoso que o santifique. Ele não tem uma postura reservada
e na defensiva quanto a si mesmo, mas, sim, aberta à crítica construtiva e ao auxílio de Deus e (com certeza)
de outras pessoas. Em 2 Samuel 12, ao ser confrontado pelo profeta Natã, que falava em nome do Senhor,
Davi se humilhou e reconheceu que havia pecado. Ele, mais uma vez, é um exemplo de vida para nós.
Leia todo o Salmo 139 com os presentes e estimule um bate-papo sobre quais são as características de
Deus apresentadas nos versículos que antecedem o texto-base da lição (vv. 1-22). Elas nos mostram a
consciência que Davi tinha do caráter de Deus ao clamar por santificação.
Clamando por
Santificação
Texto-base: Salmo 139.23,24
Este texto nos apresenta um clamor de Davi por santificação. Ele pode ser dividido em três pedidos, os quais
são etapas de um processo de santificação. A oração do salmista é que ele seja submetido a um tratamento
que o faça mais santo diante do seu Deus. Você está disposto a, junto com Davi, clamar por um processo
de santificação da parte de Deus em sua vida? Eis os pedidos:
1. Sonda-me e conhece
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração (v.23).
O verbo hebraico traduzido por sondar tem diversos significados, dentre eles, examinar, investigar e explorar.
Ele pode ser ilustrado por um cientista que examina detalhadamente um objeto procurando conhecer suas
características e descrevê-lo; por um detetive que investiga cuidadosamente as pistas de um caso buscando
conhecer os fatos e solucioná-lo; ou por uma pessoa que explora uma caverna à procura de uma pedra ou
metal precioso. Entretanto, a melhor ilustração é a de alguém que é submetido a um cateterismo. Esse é um
exame em que um cateter com uma micro-câmera na ponta é introduzido em uma das veias do paciente até
alcançar o coração. Esse órgão, então, é todo sondado à procura de alguma irregularidade ou problema. A
partir dessas imagens, podemos entender melhor o que Davi está clamando a Deus. O primeiro pedido é
por uma sondagem completa no coração, de modo que ele seja conhecido em seus detalhes por Deus. O
salmista está disposto a se expor totalmente. Uma análise externa não o satisfaz. Ele quer algo completo.
Não apenas as atitudes, mas também as intenções do coração.
1. Você é uma pessoa aberta e que se expõe ou é alguém fechado e reservado?
2. Quanto a isso, qual tem sido a sua atitude para com Deus?
2. Prova-me e conhece
Prova-me e conhece os meus pensamentos (v.23).
A segunda etapa deste processo tem como resultado um conhecimento ainda mais profundo daquele que
está clamando. Após orar por uma sondagem completa no coração, o pedido agora é por uma prova. O
verbo hebraico traduzido por provar, tem o significado de aplicar um teste, de modo que o objeto seja
minuciosamente conhecido. Retornando à ilustração do cateterismo, o cateter, além da sonda, retira uma
amostra de tecido do coração, a qual é submetida a testes que trarão um maior e melhor conhecimento do
estado desse órgão. Davi pede a Deus provas que revelarão quais são seus pensamentos mais íntimos. De
Igreja Batista Central de Belo Horizonte 2
fato, as tribulações trazem à tona quem verdadeiramente somos. Nessas circunstâncias, geralmente não
conseguimos planejar nossas atitudes. Simplesmente reagimos ante a pressão do momento. Os nossos
pensamentos são expostos.
1. Você está disposto a ser provado por Deus e ter o seu verdadeiro caráter seja revelado?
2. Quem é você quando provado pela pressão de uma tribulação?
3. Vê e guia-me
Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno (v.24).
A terceira e última etapa é uma conclusão e uma ação no sentido de ajustar as irregularidades encontradas.
Feito o cateterismo, aguarda-se o resultado e, a partir dele, algumas medidas devem ser empreendidas.
Dependendo do que for constatado, a pessoa será confrontada com uma dura realidade. O resultado pode
não agradar. O paciente pode não aceita-lo, fugir dele. Entretanto, o problema não deixará existir. Por outro
lado, se o paciente receber o resultado e não empreender nenhuma medida para saná-lo, o mal perdurará.
Davi pede que, estando o resultado do exame pronto e averiguados os seus erros e pecados, suas atitudes
sejam corrigidas. Ele deseja sair dos caminhos maus escolhidos por seu coração corrupto e ser guiado pelo
Senhor por caminhos eternos. Ele quer ter seu caráter e sua conduta transformados. Como discípulos de
Jesus devemos estar abertos para que Deus (e os irmãos) nos mostre o que está errado em nossas vidas
e, também, dispostos a agir na direção da mudança. Apenas a constatação dos erros e pecados não é
suficiente. Para o processo de santificação ser completo, devemos aceitar o resultado e converter nossas
atitudes.
1. Você está disposto a ouvir de Deus (e também de pessoas) qual é o resultado do seu exame, ou seja,
quais são os seus erros e pecados? Como você reage quando é confrontado?
2. Você tem agido de modo a mudar sua vida naquilo que sabe não estar de acordo com Deus?
Conclusão
Conclusão
Deus é onisciente. O clamor de Davi não foi para que Deus o conhecesse, mas para que Ele lhe revelasse
os seus pecados e o ajudasse a fazer o que era certo. Assim, ele se tornaria mais santo no seu agir. No
episódio de 2 Samuel 12, ele foi sondado e testado, aceitou o diagnóstico e se arrependeu do seu pecado.
O mesmo Jesus espera dos seus discípulos.
1. Busque através da leitura da Bíblia e da oração quais são os pecados que você tem cometido; aceite,
com humildade e sabedoria, as críticas construtivas que outras pessoas lhe fazem;
2. Conserte em sua vida aquilo que você tem consciência de que está errado.

domingo, 11 de agosto de 2013

CHAMADOS POR DEUS

INTRODUÇÃO

O final de um ano e o início de outro é um período marcado por costumes e rituais especiais. Um dos que mais se destaca são as promessas e planos de mudanças. “No ano que vem, vou me matricular em uma academia e vou começar a fazer regime”. “No próximo ano, vou estudar inglês”. Em algumas igrejas evangélicas, folderes com diversos tipos de alvo discriminados (e seus respectivos espaços para escrita) são entregues para os membros e freqüentadores, que são orientados a colocarem ali suas metas para o próximo ano. Os tipos de alvo transitam entre espirituais, emocionais, físicos, familiares, profissionais, ministeriais, sociais, etc. Certamente, isso é de grande valia, pois, como seres humanos, somos motivados por desafios.

Com o objetivo de guiar a escolha de nossos alvos para o ano de 2006, vamos destacar três verdades bíblicas quanto ao chamado de Deus para o cristão. A Bíblia diz, por diversas vezes, que somos chamados por Deus para algumas coisas. Se assim é, seria coerente e benéfico o estabelecimento de metas para o próximo ano a partir desses chamados. Eles estão presentes na primeira carta de Paulo aos Coríntios.

Vamos à leitura e ao estudo!

DESENVOLVIMENTO DO ENSINO

Texto-base: 1Coríntios 1.1-9

Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Sempre dou graças a meu Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.

Por três vezes a palavra “chamado” (e sua variante, “chamados”) aparece nesse texto. Em cada uma delas, ela está vinculada a algo diferente. Por questões de didática, não vamos destaca-las na ordem em que aparecem.

1. Chamados para ser santos

(...) à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos.

A palavra grega traduzida por santo nesse versículo é hagios. Um de seus sentidos é liberdade das impurezas da carne. Santo é aquele que não está cativo a seus desejos pecaminosos, tendo diante de si a possibilidade de negá-los e controlá-los. Um dos aspectos do fruto do Espírito, segundo o clássico texto de Gálatas 5.16-24, é o domínio próprio (ou autocontrole), que pode ser definido como a virtude de alguém que domina seus desejos e paixões. Em outras palavras, é a capacidade de não se fazer o que quer e de se fazer o que não quer. Conforme esse texto, o cristão deveria ter essa qualidade, pois quem anda no Espírito jamais satisfará aos seus desejos pecaminosos (v.16) e aquele que é de Cristo crucificou a carne com suas paixões e desejos (v.24).

Um dos chamados de Deus para nós é vivermos essa liberdade quanto ao domínio da carne. Certamente, não vem de nós o poder para isso. Assim como dependemos da graça de Deus para sermos salvos da condenação do pecado, também precisamos dela para sermos livres de seu domínio. Gálatas 5.25 diz: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”. Se pela obra do Espírito nós vivemos, ou seja, fomos regenerados, manifestando fé em Cristo e arrependimento, também, pelo agir do Espírito, andamos; percorremos os caminhos da carreira cristã lado-a-lado com o Espírito santo, o qual é o nosso parakletos (gr. convocado a ajudar alguém).

2. Chamados à comunhão dEle

Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.

A palavra grega traduzida por comunhão nesse versículo é koinonia, a qual também tem o sentido de fraternidade, associação, comunidade, participação conjunta e relação. Ela pode ser usada para expressar a intimidade relacional existente entre duas pessoas. Este é um dos chamados de Deus para nós: construirmos um relacionamento profundo com Jesus.

O Cristianismo não é uma religião baseada em dogmas, rituais e clero. Não está constituído conforme os outros moldes religiosos existentes. A Igreja de Jesus tem sua base em uma única e simples palavra: relacionamento. Quais são os dois grandes mandamentos que resumem toda a lei e os profetas? Amar a Deus e amar ao próximo. Relacionar-se com Deus e relacionar-se com o próximo. Daí pode-se concluir que todos os mandamentos têm uma única intenção: incentivar-nos a buscar um relacionamento sólido e íntimo com Deus e com pessoas.

3. Chamados para o ministério

Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo.

A palavra grega traduzida por chamado tem como um de seus sentidos ser selecionado e designado divinamente para o desempenho de algum ofício. Paulo se apresentava em suas cartas, como no caso de 1Coríntios, como alguém chamado por Deus para ser apóstolo. Esse foi o ministério que ele, pela vontade de Deus, recebeu e realizou durante sua vida.

Todos os cristãos foram chamados pelo menos para um ministério, o qual é comum a todos. Em Mateus 28.19,20, Jesus disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. Fazer discípulos é uma vocação dada pelo Senhor a todos nós.

Além da chamada Grande Comissão, existem outros ministérios para os quais, segundo a vontade de Deus, fomos chamados. Em 1Coríntios 3.5, Paulo diz o seguinte acerca de Apolo e de si mesmo: “Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um”. Cada um de nós tem vocações próprias e particulares para desempenhar. Temos alguns exemplos disso em 2 Coríntios 12.4-11.

DESAFIOS

Após esse estudo, há um desafio a ser feito. Primeiramente, quais são os seus alvos para o próximo ano?

Após isso, como os propósitos de Deus para a sua vida podem direcionar esses alvos?


Fonte: Lições avulsas // Igreja Batista Central de Belo Horizonte

domingo, 4 de agosto de 2013

A VERDADEIRA ADORAÇÃO

INTRODUÇÃO
Fomos criados para a adoração de Deus. Esse é um dos propósitos da vida. Isso significa que só viveremos plenamente e com satisfação se estivermos diante dEle em adoração. A queda (Gn 3), entretanto, interferiu  no relacionamento do ser humano com o seu Criador. Antes do pecado, eles se encontravam diariamente no Jardim do Éden para momentos de rica comunhão. Após a desobediência, ao perceberem a proximação de Deus, “que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia” (Gn 3.8, NVI), Adão e sua mulher se esconderam entre as árvores. Estavam rompidos os laços relacionais entre a criatura e o Criador. A partir de então, o homem passou a direcionar o seu impulso adorador para outras direções. Os cultos a si mesmo, a outras pessoas e a outros deuses logo começaram a tomar o lugar da devoção ao único e verdadeiro Deus. O ser humano criou religiões, ritos e ensinamentos que lhe possibilitassem expressar sua vocação adoradora.

Em Jesus Cristo encontra-se o ápice do plano divino para resgatar a humanidade para si e restaurar o relacionamento que foi rompido. Ele é o mediador entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2.5). Através dEle, o homem, regenerado em seu espírito e justificado pela fé, pode ter novamente comunhão com o seu Criador e adorá-Lo, direcionando corretamente, assim, o seu impulso adorador.

Em certa ocasião, quando passava por Samaria, indo da Judéia para a Galiléia, Jesus encontrou-se com uma mulher samaritana à beira de um poço. Após algum tempo de conversa, Ele começou a ensiná-la sobre a verdadeira adoração, confrontando-a em sua experiência religiosa. É sobre isso a ministração da célula de hoje.

DESENVOLVIMENTO DO ENSINO

Texto-base: João 4.20-24

Adorar, no Novo Testamento em português, na maioria das vezes, é a tradução do verbo grego proskuneo. Esse verbo tem o significado de prostrar-se aos pés de alguém e beijá-los, demonstrando humildade e submissão. Ele aparece sete vezes neste diálogo entre Jesus e a samaritana. Nesse encontro, o mestre estabelece três contrapontos, afirmando a partir deles características da verdadeira adoração.

1. Local sagrado x Qualquer local

Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai (vv.20,21).

O primeiro contraponto feito por Jesus refere-se ao local onde a adoração deveria acontecer. Na época, havia um disputa entre judeus e samaritanos sobre qual era o lugar autorizado de culto a Deus. Os judeus  firmavam ser Jerusalém, cidade escolhida por Davi para ser a sede do governo e da religião de Israel (cf. 2Sm 5-7), enquanto os samaritanos diziam ser o monte Gerizim (o monte da benção, cf. Dt 11.29; 27.12), onde eles haviam instalado um templo rival e um culto alheio ao de Jerusalém. Jesus vai além daquela controvérsia e ensina que estava chegando um tempo (a nova aliança) em que a adoração ao Pai não seria nem em Jerusalém, nem em Gerizim. Ela seria independente de um local sagrado, de um templo e de sacrifícios e ofertas, sendo realizável onde quer que o adorador estivesse.

A morte de Cristo na cruz foi um sacrifício perfeito e definitivo a Deus para o perdão dos pecados, nulando, assim, o sistema sacrificial da lei de Moisés e a necessidade de um templo (cf. Hb 9.23-10.18). Na nova Aliança, cada crente em Jesus Cristo é um santuário no qual Deus, pelo seu Espírito, habita. “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16). “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois  e vós mesmos?” (1Co 6.19). “Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2Co 6.16). Sendo nós templos do Deus vivente, qualquer local em que estivermos é um lugar de adoração ao Pai. Não dependemos, portanto, do edifício da igreja ou de qualquer outra construção para adorá-lo.

1. Sua adoração a Deus tem extrapolado os limites dos cultos que acontecem na igreja e tem invadido sua casa, local de trabalho e escola?

2. Você tem consciência de que, sendo templo do Espírito Santo, você é um depósito do Deus vivente e que todas as suas atitudes podem ou não expressar adoração a Deus?

2. Religiosidade x Intimidade

Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus (v.22).

O segundo contraponto fala sobre conhecer ou não o objeto da adoração. Tanto no Antigo quanto no novo Testamento, o verbo conhecer não faz referência apenas a uma atividade intelectual de pesquisa e obtenção de informações. Ele também se refere à experiência de conhecer uma pessoa intimamente através de um relacionamento. Um bom exemplo disso é o texto de Gênesis 4.1, que diz: “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu”. Outras versões traduzem “conheceu” por “coabitou” e “teve relações”. Esse versículo, através do verbo conhecer, nos informa que Adão teve relações sexuais com sua mulher, talvez o momento de maior intimidade de um casal. É sobre esse conhecimento relacional e experiencial que Jesus está falando com a samaritana em João 4.22. Ao afirmar que os samaritanos adoravam o que não conheciam, Ele admite a possibilidade de existir uma adoração desvinculada de uma intimidade com o Deus a quem se adora. Essa, com certeza, não é uma adoração verdadeira e que o Pai deseje. Uma adoração assim, não passa de uma religiosidade vazia. O desejo do Pai é que nos relacionemos com Ele de modo a conhecer a sua intimidade. Somente assim poderemos adorá-lo verdadeiramente.

1. O conhecimento de Deus se dá, por exemplo, através da leitura da Bíblia, da oração e de momentos
de louvor e adoração. Quanto tempo do seu dia você tem dedicado a isso?
2. Sua vida cristã tem se baseado em uma religiosidade vazia ou em um relacionamento com Deus?


3. Ritualismo e hipocrisia x Espiritualidade e verdade

Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os
seus adoradores o adorem em espírito e em verdade (vv.23,24).

O terceiro contraponto estabelecido por Jesus está intimamente ligado a um atributo de Deus. Ele afirma que Deus é espírito, ou seja, um ser imaterial, desprovido de corpo físico. Por isso, a adoração a Ele deve ser em espírito e em verdade. O homem, além de um corpo físico, possui também uma parte imaterial, composta de alma e espírito, também chamada de homem interior. Desse ponto (do espírito) é que nasce a verdadeira adoração. Ela não é apenas um ritual externo. Se assim fosse, seria um ato vazio e hipócrita, sem a verdade que o Pai requer. Em Marcos 7.6,7, Jesus confronta os fariseus e escribas por estarem preocupados apenas com o exterior. Ele lhes diz: “Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como stá escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram,  ensinando doutrinas que são preceitos de homens”. A adoração que Deus procura não é um ritual de músicas, gestos e danças simplesmente. Ele busca um culto que brote do coração e que seja, assim, verdadeiro e sincero. O ritual, entretanto, não deve ser desprezado. O problema está no ritualismo. A questão é que nossas atitudes externas (cantar músicas, levantar as mãos, dançar, etc) devem ser motivadas por algo que está acontecendo internamente. O culto a Deus deve ser integral: corpo, alma e espírito. Portanto, aqueles que, por outro lado, dizem estar prestando uma adoração a Deus apenas no coração, não expressando isso com o corpo, também não estão no ponto que Deus quer. A Bíblia também nos incentiva a adorar a Deus com os lábios (Hb 13.15; Sl 63.5), com instrumentos musicais (Sl 150.3-5), com cânticos (Sl 149.3; Sl 47.6,7), com danças (Sl 149.3; 150.4), com as mãos erguidas (Sl 63.4; 134.2), com palmas (Sl 47.1), com gritos de júbilo (Sl 47.5), etc. Além disso, como está escrito na introdução desta lição, a palavra grega para adoração significa prostrar-se aos pés de alguém e beijá-los, uma atitude física.

1. A adoração que você oferece a Deus nos cultos da igreja, na célula ou em seu momento a sós com Deus tem sido em espírito e em verdade, ou tem sido um ritual vazio e hipócrita?

2. Você tem expressado a Deus a adoração que está em seu coração através de atitudes externas, ou seu culto tem sido apenas algo interno?

Jesus ensinou à samaritana e nos ensina hoje que o Pai está à procura de verdadeiros adoradores. Por isso, é urgente começarmos a praticar suas palavras registradas em João 4.20-24 o quanto antes. Para isso, entretanto, é necessário abandonarmos alguns conceitos antigos e errôneos, e sairmos da nossa zona de conforto e de uma posição cômoda. Na próxima oportunidade que você tiver de adorar a Deus, lembre-se dos três princípios ensinados nesta lição e procure aplicá-los. Será um importante passo rumo ao que Deus quer de você como adorador.

DESAFIOS

Já que aprendemos que a adoração independe do lugar onde você estiver, baseia-se em um relacionamento pessoal com Deus e deve ser uma expressão de algo que está no coração, então:

1. Em um culto público, dedique-se à adoração como um dos propósitos de sua vida;

2. Separe 30 minutos do seu para dia para ter um momento a sós com Deus. Nesse tempo, ore, adore a Deus através uma música e leia uma porção das Escrituras;

3. Tenha em mente que a adoração é um estilo de vida. Então, viva adorando!


Fonte: Lições avulsas // Igreja Batista Central de Belo Horizonte